Nuovo Mundo


S'elli ama bene e bene spera e crede
non t' è occulto, perchè 'l viso hai quivi
dov' ogni cosa dipinta si vede;
ma perchè questo regno ha fatto civi
per la verace fede, a glorïarla,
di lei parlare è ben ch' a lui arrivi

(Sim meu capitão, o céu não anuncia tormenta: estrela aberta, dorso nu da noite que deixa tudo ver. Ay Ay, mão firme no leme, rumo tão certo que ninguém chorou Alexandria. Dorme ela no fundo das águas calmas do mar sem ondas, terror da tireme. Sim meu capitão, creia-me: terra em vista em noite sem lua: sem o farol, o céu é mais claro. Ninguém chorou Alexandria meu senhor, meu capitão, ninguém.)

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone -
Man has created death.

("Alto lá!" grita o que dorme. O que desperta espera: crê, sofre o que não tem convés. Sim meu capitão, a água abraça mas não envolve: Alexadria se foi e nada mais se faz oculto. Tout a droit, com a graça de nosso Senhor. Não temos tempo para a novena, o vento novo não espera. Que os mortos cuidem de seus mortos: estamos com peso a menos. Tout a droit mon captain. O esqueleto de Netuno é o nosso desafio e na veia exposta singraremos. Esqueçam as musas, amigas das sereias e o seu Canto maldito! Canto maldito! Canto malade! As devoradoras de tiremes riem em números grandes, cifras enormes, mas não de nós, stranieri, surdos, filhos de Ulisses. We cast the derision upon you, confronting, surely some revelation is at hand: meu capitão, seja a cera que cobre nossos ouvidos)

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Embaixo, a vida, metade
De nada, morre.

(Por certo: TERRA. Vês? É todo o teu mundo novo que ali se descortina, de braços nus te recebe, tal qual a parábola do novo-livro, pródigo. Boa nova, corre, grita, cabeça para dentro da escotilha, alerta teus outro irmãos, os de braços-cansados, alma opressa, coração no porvir: chegamos, oh meus amigos, meus irmãos. Enche teus pulmões, ri teu riso e chora teu pranto: aqui o mar é doce. Escutas? É o grito de quem te esperava: cá estou, meu marinheiro, bravo varão! Abraço apertado é começo de fado, ah! Portugal, tuas mães já não choram. O Aqueronte é pra lá de Alexandria, morreu o dia, a noite nasceu. Era escuro e sem farol, mas chegaste com a luz da coragem dos que tentam, rebentos sedentos daquela aurora. Sentes? É o calor de quem sempre te quis bem. Beija o solo, sente o gosto deste mundo-novo que todo absurdo agora é pouco, tens teu porto: "Meu Senhor, meu capitão, aqui cheguei")

La liberté consiste à pouvoir faire tout ce qui
ne nuit pas à autri; ainsi l'exercice des droits
naturels de chaque homme n'a de bornes que
celles que assurent aux autres membre de la
société la jouissance de ces mêmes droits. Ces
bornes ne peuvent être déterminées que par la loi.

(Nós, os nativos te saudamos! Sejas bem-vindo, em nome do Rei, nosso amigo, nosso irmão!)

2 Comentar?:

Glayce Santos disse...

"O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo"

Gostei disso!!!

Esse texto é um show de talento e criatividade! Prosa, poema, línguas... Adorei!

Então, vc foi certeiro, sabia? Bonecas Russas estão na minha lista de RECOMENDO! Eu amei o filme. Infelizmente não vi O Albergue Espanhol..

Ótimo FDS

Beijos

Anônimo disse...

Muy chã e muy fremosa
:~~~~